Deserto Gelado
As horas têm sido como o véu
Que cai sob o rosto da virgem,
Que em silêncio, lamúria ante
O seu amor que jaz sepulto!
Esse lugar se tornou tão meu...
Onde entoam ais de meu langor,
Lírios, que em terra improlífica
Pranteiam seu palor!
Sob a bruma crepuscular,
Eu percorro meus devaneios,
Exploro os mausoléus das páginas,
Navego pelos mares da mente,
Em uma jornada, na qual, alcanço
Somente, um vasto deserto gelado.