VOA VERSO, VOA!

Maço e cinzel, a escrita vem e te lapida
E faz poesia etérea o que era pedra bruta,
Então, minha poesia, vai voar, ser lida,
E libertar-se do poeta que a executa.

Mas, se, entretanto, surge uma barreira, olvida,
Se a letra te agrilhoa, busca a liberdade
Abre tuas asas, voa de uma arremetida
Vai para além desta alma, desta intimidade.

Voa, minha poesia, para além da vida,
Acha saída e voa, encontra espaço, invade,
Rompe a muralha densa e toma a infinidade.

Nuvem de pensamento em versos travestida,
Nave no firmamento imersa e distraída,
Voa, minha poesia, para a eternidade!