(Vistas sobre o Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara. Foto tirada no Parque da Cidade, Niterói)
CREPÚSCULO EXTASIANTE
No ocaso que pinta o céu de laranja e vermelho,
Bebo a poesia da hora dourada que serpenteia,
Morre a ténue luz sobre o mar, parece um espelho,
Surge a saudade que nos velhos sonhos vagueia.
Pousa nos ombros do céu, o sol que tanto amou o dia,
A luz cansada, como ave, ruma ao ninho que a espera,
E já se escondeu no horizonte, em negra e ténue linha,
Serão iguais a noite e o dia, até que a alvorada impere.
Oh, luz que surges tão bela no céu, és suave sinfonia,
Levas esta pena a escrever seresta plena de emoção,
Inspiras-me acordes, de mim tu arrancas melodia,
Em sussurros dissonantes me faço sonata e canção...
Nada se compara a esta luz dourada que m' embriaga,
A este céu que extasia e deixa minh’ alma dilatada!
Ana Flor do Lácio