LIXEIROS I e II
LIXEIROS I
Fortes debates, conceitos.
Grandes, todas as teorias.
A realidade tem seus defeitos,
Recomeça todos os dias.
E num dia frio e chuvoso,
que na minha porta não bate,
o lixo mais volumoso
nunca entra no debate.
Ou melhor? O lixo, a reciclagem,
em discursos que reagem,
sempre estão entre os primeiros.
Mas aquele ser humano,
que não nasceu por engano,
continua o “Teu”, “Meu” ,“LIXEIRO”.
LIXEIROS II
Cacos de vidro, pobreza.
Cortes da vida e do capital.
Lixos da tal nobreza,
não sócios do social.
Anônimos tão presentes,
feito o cú que limpa o corpo.
Desprezados, ausentes
da festa do mundo porco.
Lixeiros que limpam merdas
de tantas pessoas lerdas
que não limpam seu chiqueiro.
No frio, na chuva, tal bicho,
recolhem o “NOSSO” lixo
e dizemos que são “LIXEIROS”.