VIDAS QUE NAVEGAM...
Em mar bravio, itinerante "Nau", a esmo navega,
velas velhas e rasgadas, que o mastro não sustenta
a solidão no convés, se faz funesto, baldio e temeroso
é navio fantasma, com cheiro de morte, em noite danosa...
vida como um barco, destemperada também vagueia,
sem rumo e desolada, é alma que suspira - não almeja
é ilha solitária, insólita e perdida, desvanece corroída
sem sinal de dor, sem sinal de vida, sem vento, sem nada...
Caravelas e vidas, navegam em seus vãos destinos,
os ventos rechaçam a fragata, vento é alma, é sopro da vida,
que sombria e lutuosa, em tristezas congêneres - sucumbem...
solidão que margeia a vida, que não se faz atracada
o medo do vazio, retrai o receio de amar, ser feliz,
distante é a vida da alma, como a naufragada fragata...
Romulo Marinho