TARDES CINZAS DE OUTONO...

Frio que se prostra em tarde cinza de outono,

onde não há mais, o calor de um beijo, abraço

a gelidez se observa, aos olhos que não mais se olham

gestos por inércia, se desfazem, se perdem aos ocasos...

branda calmaria nas noites, agora eternizam cotidianos

o rubor face, as faces, não mais protagonizam sentidos

álgido e desalmado amor, insípido, inexpressivo padece,

impiedosa rotina, que se fez lasso frouxo, tornou-os cansados...

decisivo e derradeiro desfecho, amanhecem sempre calados

ambos com o coração, continuamente embargados, vivem

os dias que lhe restam, como se fossem seus últimos...

os dias não são mais refrigérios das almas que foram gêmeas,

dos amores que eram perpetuados, selados e infinitos

agora são rastros do passado, caminhos aprisionados...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 31/05/2013
Reeditado em 17/04/2014
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