TARDES CINZAS DE OUTONO...
Frio que se prostra em tarde cinza de outono,
onde não há mais, o calor de um beijo, abraço
a gelidez se observa, aos olhos que não mais se olham
gestos por inércia, se desfazem, se perdem aos ocasos...
branda calmaria nas noites, agora eternizam cotidianos
o rubor face, as faces, não mais protagonizam sentidos
álgido e desalmado amor, insípido, inexpressivo padece,
impiedosa rotina, que se fez lasso frouxo, tornou-os cansados...
decisivo e derradeiro desfecho, amanhecem sempre calados
ambos com o coração, continuamente embargados, vivem
os dias que lhe restam, como se fossem seus últimos...
os dias não são mais refrigérios das almas que foram gêmeas,
dos amores que eram perpetuados, selados e infinitos
agora são rastros do passado, caminhos aprisionados...
Romulo Marinho