Soneto para os meus olhos
Fiz do sol um memorial em vós
do nascer à morte; até a ressurreição
Fiz das estrelas vosso brilho, e um cós
para não cairdes o olhar até o chão
Tatuei esses ciclos em vossas meninas
Até que se tornou impossível descrever
Ai de mim, das minhas manias e sinas
Se não fossem os meus olhos sempre a ver
Sois, de longe, meu maior detetive
Logo vedes quando vai-se o amor querido
Quase sempre meu ouvido ignora
Agarrado nos delírios que mantive
A vós minhas desculpas - e um pedido:
Não percais o vosso brilho de outrora.