O CANTO VARRE O TEMPO

Um silêncio agora eu canto

E o meu canto é sempre

Esconde a alma sem espanto

E foge, não mais que de repente.

Ante o revés da alma

Agrura que reverbera no encanto

O som escurece a calma

Como a embrulhar o rio num manto.

A vida corre entre dia e noite

Se desmanchando em labuta e prece

Em um rosário longo de açoite

O canto varre o tempo a encher o cântaro

Nas asas do dia que escurece

Os caminhos se umedecem pelo pranto.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 30/05/2013
Código do texto: T4317609
Classificação de conteúdo: seguro