O CANTO VARRE O TEMPO
Um silêncio agora eu canto
E o meu canto é sempre
Esconde a alma sem espanto
E foge, não mais que de repente.
Ante o revés da alma
Agrura que reverbera no encanto
O som escurece a calma
Como a embrulhar o rio num manto.
A vida corre entre dia e noite
Se desmanchando em labuta e prece
Em um rosário longo de açoite
O canto varre o tempo a encher o cântaro
Nas asas do dia que escurece
Os caminhos se umedecem pelo pranto.