Morte e Vida!!!
Versos entre aspas, do poeta imortal: AUGUSTO DOS ANJOS.
“E há de deixar-me apenas os cabelos",
"Na frialdade inorgânica da terra”
A vida encontrou a morte e se encerra
O etéreo dos meus pesadelos.
Espectro a rondar-me os frios pelos,
Carcaça, o que restou, já me esquecera,
O nada dilapida vela e cera,
D'um antro doloroso de atropelos.
“Mas o agregado abstrato das saudades"
"Fique batendo nas eternas grades”,
Da matéria apodrecida do meu fim,
Chamando-me a outra vida e assim:
Voltando ao barro do qual eu vim,
A poesia seguirá a falar por mim.
JRPalácio
Interação da querida amiga Ana Gazzaneo
O xis da questão...
Não fossemos bem mais que a nossa morte
Por certo essa passagem fosse cômica...
Esse existir um sopro vago da irônica
Melhor então viver só por esporte...
Mas creio que um além em melhor sorte
Esconda o que xis que guarda a doce tônica
E ao fim se saberá , na hora agónica
E tudo vai ter graça, mesmo a morte.
Se tudo acaba ao último suspiro
E enterrado o corpo, nada reste
Alucinada cunho este papiro...
Em ais, termino o verso e admiro
que nada alente o fim que ao fim nos reste
no nada esse mergulho... Eu me reviro...
Ana Gazzaneo