Morte e Vida!!!

Versos entre aspas, do poeta imortal: AUGUSTO DOS ANJOS.

“E há de deixar-me apenas os cabelos",

"Na frialdade inorgânica da terra”

A vida encontrou a morte e se encerra

O etéreo dos meus pesadelos.

Espectro a rondar-me os frios pelos,

Carcaça, o que restou, já me esquecera,

O nada dilapida vela e cera,

D'um antro doloroso de atropelos.

“Mas o agregado abstrato das saudades"

"Fique batendo nas eternas grades”,

Da matéria apodrecida do meu fim,

Chamando-me a outra vida e assim:

Voltando ao barro do qual eu vim,

A poesia seguirá a falar por mim.

JRPalácio

Interação da querida amiga Ana Gazzaneo

O xis da questão...

Não fossemos bem mais que a nossa morte

Por certo essa passagem fosse cômica...

Esse existir um sopro vago da irônica

Melhor então viver só por esporte...

Mas creio que um além em melhor sorte

Esconda o que xis que guarda a doce tônica

E ao fim se saberá , na hora agónica

E tudo vai ter graça, mesmo a morte.

Se tudo acaba ao último suspiro

E enterrado o corpo, nada reste

Alucinada cunho este papiro...

Em ais, termino o verso e admiro

que nada alente o fim que ao fim nos reste

no nada esse mergulho... Eu me reviro...

Ana Gazzaneo

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 30/05/2013
Reeditado em 08/09/2014
Código do texto: T4317184
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