ANIS
Nas pupilas dilatadas
que observam o escuro,
no qual se revela o futuro
das recordações passadas
há tão somente uma luz,
brilho de um azul-memória,
que reverbera na história
de corpos vestidos e espíritos nus
também há um olor aromático
que congela todo o hálito
ao brotar de um beijo tácito
e que lapida, lento e feliz,
os contornos prismáticos
de uma bala de anis.
Abril de 2013