Confissões (9)
Eu necessito ver teu lado avesso,
desnudo, desarmado, descomposto,
sem vincos a marcar teu belo rosto,
olhar liberto desse véu espesso.
Desejo a tua luz porque eu mereço,
(e tu também mereces, por suposto)
e não as névoas que me tens imposto,
que gelam todo amor, qualquer apreço.
Confesso, não suporto a frialdade,
nem quero ter-te assim pela metade,
porque não sei me dar, se dividida.
Por isso tira o véu do teu olhar,
e fita-me nos olhos devagar,
como jamais alguém me olhou na vida.
Eu necessito ver teu lado avesso,
desnudo, desarmado, descomposto,
sem vincos a marcar teu belo rosto,
olhar liberto desse véu espesso.
Desejo a tua luz porque eu mereço,
(e tu também mereces, por suposto)
e não as névoas que me tens imposto,
que gelam todo amor, qualquer apreço.
Confesso, não suporto a frialdade,
nem quero ter-te assim pela metade,
porque não sei me dar, se dividida.
Por isso tira o véu do teu olhar,
e fita-me nos olhos devagar,
como jamais alguém me olhou na vida.