Tristesse
Edir Pina de Barros

Esplendoroso céu que triste fito,
o pôr de sol sangrento, purpurino,
a refletir no rio cristalino
que brinca sobre a areia, leve e aflito;
 
os raios do astro-rei, demais bendito,
no decorrer do tempo peregrino,
cumprindo seu roteiro e seu destino,
aquece meu viver, que é tão finito.
 
Agonizante sol de fim de agosto,
o seu penar está no céu exposto,
em tal sangria intensa e desatada.
 
E a lhe fitar pranteio, aqui, sozinha,
a dor, que é nossa – pois também é minha -
e que renasce a cada madrugada. 

Brasília, 29 de Maio de 2013.
Livro Estilhaços, p. 32
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/05/2013
Reeditado em 16/10/2020
Código do texto: T4316066
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