Para cantar-te os olhos sonhadores...
Para cantar-te os olhos sonhadores,
Olhos que eu amo, ponho-me submerso
Sob as ondas translúcidas do verso,
Livre do pejo e das mais fundas Dores.
Para cantar-te a graça e o dom das flores,
Muitas vezes percorro o céu, disperso,
Pelos jardins sidéreos do Universo,
Pandas as asas, como as dos condores...
Mas muitas vezes julgo que não posso
Desta ausência vingar-me por porfia,
E detenho-me em terra, feito um monge.
É tudo em vão, poeta, os teus esforços!
Somente o Amor concede esta magia;
De estar tão perto, mesmo estando longe.