DE LUME ARDENTE EM TEU TERNO REGAÇO

De lume ardente em teu terno regaço;

Espelho desta vista que carrego,

Pois só por ti, sã alma que te entrego,

Dum caminho de espinhos que bem traço.

Na audácia que desdenho um embaraço;

Foges tão caprichosa de vão ego,

Em saliência, quão amor emprego

No decurso expressivo em tal abraço.

Constância de vital amor assento;

No pranto esparramado de viver

Solidão, sentimento não isento.

Ásperos meus desejos, esquecer

Mágoas e estes disfarces de contento,

Só por te amar mais do que podia ser.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 29/05/2013
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