DE LUME ARDENTE EM TEU TERNO REGAÇO
De lume ardente em teu terno regaço;
Espelho desta vista que carrego,
Pois só por ti, sã alma que te entrego,
Dum caminho de espinhos que bem traço.
Na audácia que desdenho um embaraço;
Foges tão caprichosa de vão ego,
Em saliência, quão amor emprego
No decurso expressivo em tal abraço.
Constância de vital amor assento;
No pranto esparramado de viver
Solidão, sentimento não isento.
Ásperos meus desejos, esquecer
Mágoas e estes disfarces de contento,
Só por te amar mais do que podia ser.