Eterna Érato
Voo em pensamentos para o teu doce colo,
E se pudesse voo nenhum mais eu alçaria;
Eu seria o teu mártir e tu a que me salvaria,
Não como a Pietà, seria nosso bom consolo.
Se eu fosse como ave da arte da falcoaria,
Me alçava ao céu e não mais viria ao solo,
Pois a minha vontade é igual a de um tolo
Que ama viver em uma simples calmaria.
Pois sem a tua mão para me guiar na vida,
Sou eu como quem se perde em nevoeiro
Denso; nada eu vejo, me sinto em dúvida.
Pois é do teu lado que quero ser fagueiro,
Doar a minha alma sem nenhuma dívida
E viver o amor como se fosse o primeiro.