DOIS ANJOS...(Ao amigo Nestório da Santa Cruz)
As nuvens pesarosas, tão escuras,
Correndo pelo céu em soledades,
Talvez carreguem as águas das saudades,
A dor, talvez, carregue em suas alturas...
E voam nas borrascas, nas tinturas,
Tão negras, adejando em brevidade,
Por cima deste mundo de inverdades,
Por nós apedrejado com as agruras...
Quem sabe não são almas que, partindo,
Voando sobre a Terra o voo infindo,
Talvez algumas rindo outras chorando?
Não sei ao certo! As nuvens talvez sejam,
O manto de dois anjos que adejam,
Em volta d’uma Santa, ali, rezando!...
Arão Filho
São Luís-Ma, 27/05/2013