Horas de mil vontades

Estimei com oiro agudo, vossa fenda

No furor desnobre, dum mago olhar!

Calculei a cadência, afronte senda.

Na vivenda nobre, deste pobre andar!

Amar-te-ei mui preciso, minha prenda!

— Ah, sois vós a minha cura; meu luar!...

Em delírios, despida; branda de venda.

Ofegando sob a aurora e sobre o mar!...

Na desprovida facécia, ao tocar-te...

Os lábios rimam... sorvo tua arte!...

— Ah, sois vós a pureza desta tenda...

Como é bom amar-te, neste ternar!...

Aprazível, com luxúria pura no ar;

— Afago-te com uma vontade tremenda!...

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 27/05/2013
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