NÃO SEI POR QUE, NO FIM, ESTRAGO TUDO

Não sei por que no fim estrago tudo

Os versos mais bonitos que já fiz

Minha língua em tua língua de veludo

Eles se acabam sem final feliz

Não sei por que no fim acabo mudo

Os versos me escaparam por um triz

Quero arrancar a língua e, sobretudo,

As coisas nunca acabam como eu quis

Então, me sento, e digo: agora é tarde

Minha tortura nunca vai ter fim

Pior é a sensação de ser covarde

Então, me sento, e penso que daria

No paraíso se eu não fosse assim

Mas amanhã será um novo dia