Assim és tu, assim eu sou
Onírica é a pena airosa e mui pequena,
e grande e tão luzente invade o céu fremente
ao palpitar que encena a voz do sentimento;
ao todo que aqui dentro escreve ao tom da pena.
É tema, mas é rema; é tudo em cada cena
que o verso diz cantar e encanta minha virtude
à tez da juventude, ao fel que não é rude,
e encerra sem cerrar o fim que em mim começa.
Tal como aquela peça onde a cortina acende
a vida impulsionada às letras, que encenada,
são luzes à criança e cor à esperança
que o beijo inesperado afirma em aliança:
O sonho tão versado em pena, em fantasia,
fez-se amor realizado em ti, minha poesia.
Dedicado à ilustre poetisa Priscylla Maia.
(Soneto experimental)