E-mail de José Guedes / letraformacorsom.blogspot.com/, postado por Doris Joa
AS MAIS VAIDADES [414]
Leio vaidade até n’alguém que morre.
Levam-lhe flores, como se bolacha.
Às vezes, um vezeiro na trapaça,
e a presunção à tumba o mais socorre.
Em vida, o sujeitinho foi um porre,
mas morto já ninguém lhe faz devassa.
Não pomos fé no que virou carcaça?
Pois o que é não jaz, nem que se torre.
Em cada rosto, noto as inverdades;
são cores deploráveis das vaidades,
sobretudo das minhas, que abomino.
As mais vaidades surgem mascaradas:
há quem se diz o bom dos camaradas,
mas lhe falta a modéstia do menino.
Fort., 24/05/2013.
AS MAIS VAIDADES [414]
Leio vaidade até n’alguém que morre.
Levam-lhe flores, como se bolacha.
Às vezes, um vezeiro na trapaça,
e a presunção à tumba o mais socorre.
Em vida, o sujeitinho foi um porre,
mas morto já ninguém lhe faz devassa.
Não pomos fé no que virou carcaça?
Pois o que é não jaz, nem que se torre.
Em cada rosto, noto as inverdades;
são cores deploráveis das vaidades,
sobretudo das minhas, que abomino.
As mais vaidades surgem mascaradas:
há quem se diz o bom dos camaradas,
mas lhe falta a modéstia do menino.
Fort., 24/05/2013.