SONETO DE SERENATA
Na amplitude desta vil noite
fria e calma, tão plenilúnica,
dispo-me da branca túnica
de todo o meu anseio, açoite
que não dá a exata frequência
dos mil tons para uma canção
sobrando a tão obscura opção:
viver no exercício da paciência
e procurar, em todos os acordes
do tempo para criar, sem ruídos,
uma nova melodia para que acordes
e que seja doce aos seus ouvidos:
Nova canção que, embora singela
faça abrir, novamente, a tua janela.