Apelo
Vem! Antes que o desejo, em mim, se abrume
e seque, do meu corpo, a seiva ardente,
enquanto o meu momento, assim, consente,
e sou, também, paixão (e não queixume);
enquanto eu sou teu mar e continente,
a rosa rubra e espinho, sou perfume,
sou lua, sou luar, e vaga-lume
no céu de teu olhar, tão resplendente.
Eu vivo a te buscar, demais perdida,
e aos quatro ventos, clamo por teu nome,
envolta nesse afeto, que me enlaça.
Ai! Vem! Que o tempo passa e passa a vida,
o amor se esvai, o encanto se consome,
e tudo perde o tom, razão e graça.
Brasília, 23 de Maio de 2013.
Sonetos diversos, pg. 92
Pura chama, pg. 105
Vem! Antes que o desejo, em mim, se abrume
e seque, do meu corpo, a seiva ardente,
enquanto o meu momento, assim, consente,
e sou, também, paixão (e não queixume);
enquanto eu sou teu mar e continente,
a rosa rubra e espinho, sou perfume,
sou lua, sou luar, e vaga-lume
no céu de teu olhar, tão resplendente.
Eu vivo a te buscar, demais perdida,
e aos quatro ventos, clamo por teu nome,
envolta nesse afeto, que me enlaça.
Ai! Vem! Que o tempo passa e passa a vida,
o amor se esvai, o encanto se consome,
e tudo perde o tom, razão e graça.
Brasília, 23 de Maio de 2013.
Sonetos diversos, pg. 92
Pura chama, pg. 105