SONETO DE AMOR À FLORBELA
“E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!”
Florbela Espanca, em “Eu”
Este amor que enxergo e que me cega
Que vivo e que me mata, é amor carrasco
A um tempo só é amor , veneno e asco
Espinho agreste, flor que se não pega
É um louco amor que vive estando morto
Como ainda vive o rei Dom Sebastião
E quer o sim, já tendo ouvido o não
Quer todo o mar sem ter deixado o porto
Mas torço ainda, amor, que venha a mim
Para cumprir o gozo do destino
Ainda que seja tarde, há de vir!
E vindo, então, encontrará, enfim
Um coração batendo em desatino
Sob as areias de Alcácer Quibir!
“E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!”
Florbela Espanca, em “Eu”
Este amor que enxergo e que me cega
Que vivo e que me mata, é amor carrasco
A um tempo só é amor , veneno e asco
Espinho agreste, flor que se não pega
É um louco amor que vive estando morto
Como ainda vive o rei Dom Sebastião
E quer o sim, já tendo ouvido o não
Quer todo o mar sem ter deixado o porto
Mas torço ainda, amor, que venha a mim
Para cumprir o gozo do destino
Ainda que seja tarde, há de vir!
E vindo, então, encontrará, enfim
Um coração batendo em desatino
Sob as areias de Alcácer Quibir!