A um profeta
Até quando pretendes enganar a vida,
Fazendo vangloria desse teu estandarte?
Tu, que enganas os veios desta verdade,
Saudando como velha amiga a ignóbil mentira!
O fim da carne já o aluíra. Que razão
Esta para fazer-nos crer: A morte!
Tu, esqueceste que vida é sorte,
Pois reside, açoitado por este aguilhão?
Já fez-se sol antes desta trama,
Reluzente vivo em chamas — Como uma dama!
Para tirar-lhe as verdades do teu canto.
E é fim páreo a este drama,
Privando-lhe da glória tua fama...
Irreversível pranto — É outro dia, Santo!
ps: "tomei base textos como 'A um poeta' de Olavo Bilac e de Antero de Quental"