SOB GRILHÕES
É necessário que a poesia grite
O que o peito arfante geme em vão
Ou que um insano e breve gesto imite
A voz que se aprisiona ao coração
É necessário um rabiscar na areia
Um derramar de tintas pelo chão
Verter todo o vermelho que há na veia
Para expressar com veemência um não
É necessário um caminhar penoso
A lama, o charco, o pantanal lodoso
Rasgar o chão que abre e se incendeia
Pois sendo prisioneiro, sou tinhoso
Se mandam-me tiranos, sou teimoso
E viro sol se apagam-me a candeia
É necessário que a poesia grite
O que o peito arfante geme em vão
Ou que um insano e breve gesto imite
A voz que se aprisiona ao coração
É necessário um rabiscar na areia
Um derramar de tintas pelo chão
Verter todo o vermelho que há na veia
Para expressar com veemência um não
É necessário um caminhar penoso
A lama, o charco, o pantanal lodoso
Rasgar o chão que abre e se incendeia
Pois sendo prisioneiro, sou tinhoso
Se mandam-me tiranos, sou teimoso
E viro sol se apagam-me a candeia