Prantos Mudos
A lágrima que cai sem ser notada
É o feto do poema nunca escrito
Que escorre lentamente na calçada
Não tendo mais a chance do seu grito.
O choro em todo aquele que é aflito
É a música escondida em dizer nada
Que fala muito mais que aquilo dito
E sempre é na poesia mais usada.
Se todos escrevessem os seus prantos,
Tornando suas lágrimas em cantos
O mundo entenderia seus poetas.
As vozes que agora são caladas
Pelos passos que ecoam nas calçadas
Seriam, na poesia, sempre metas.