Não amar-te
Não amar-te é como um dia de verão frio e escuro;
É como um vazio na alma onde pensamentos não fluem,
Onde o coração não se retrai, mas se expande
Provocando um gemido dolorido que os lábios encerram.
Poetas cantam lamentos à dor do amor não correspondido
Mas pelo Hades vagam apenas corações frígidos.
Se perder-se um amor é martírio intenso,
Jamais ter-lhe amado é jamais ter existido.
E quando escorrem em minhas faces as águas que a alma lavam
Nada ao vento varrem, nada consigo levam
Nehum alívio é possível ao que de teu amor não nascera.
Gélido espírito que não amou-te,
Pobre que de tua paixão não saciou-se.
Ai de mim que por não amar-te!