A SAUDADE

Os dias, contados em anoiteceres
de ausências, ensinaram-me, por fim,
o quê é saudade. É dor de mim,
de falta da doçura dos teus dizeres.

É dor da falta dos meigos brilhos
dos teus olhos, do tom da tua voz,
dos sons que se ausentaram de nós
e me deixam assim como pai sem filhos.

A saudade é alegria que deveria,
mas não pode ser. É um tipo de vazio
preenchido por manhã sem ter um dia.

É um querer de pura nostalgia.
É como o andar de um cão vadio,
sem rumo, sem pressa, sem fantasia.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 21/05/2013
Reeditado em 22/05/2013
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