TEU SÚDITO

Tenho chorado muito as dores minhas,
tal qual não poderia se homem fosse
como me ensinaram. No olhar que tinhas,
antes de tudo, ali ficava o meu doce.

Num nebuloso entardecer de outono,
te perdi princesa. Fui o que eras,
bem antes destas noites sem sono.
Antes de mal dormidas primaveras.

Te fui, como jamais me pude ser,
uma manhã de sol, a rosa, o súbito
canto da pomba rola no amanhecer.

Hoje tento, mas não posso me reconhecer
nas aventuras íntimas teu súdito,
como fui, como jamais poderei esquecer.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 21/05/2013
Reeditado em 19/01/2015
Código do texto: T4302411
Classificação de conteúdo: seguro