Doces versos em vão
Doce’ anjo de beleza inigualável,
Que dos orbes todos’ é o mais brilhante.
Luz que permeia pedras e diamantes,
Estro meu de sapiência incontestável.
Minha jóia rara, d’alma admirável,
Que tronos cedem e se curvam diante,
Mil astros choram por não ter semblante,
Que se aproxime a este teu cantável.
Eu nutro amor por ti e, em vão escrevo,
A mente sempre diz que amar não devo,
Mas é que o peito clama logo atrás:
“Se sentes de verdade, siga as chamas
“Pois outro alguém que ames, como tu amas
“Jamais em tua vida encontrarás”.