SONETO AO TEMPO


Jogam-se na vida sortes e azares
Nos joga a vida ao tempo, ao nada, ao léu
Como se jogam dados, aos milhares:
Ingênuos Ícaros, subindo ao céu.

A vida é presente, e ele é dado
É dado que jogamos ao futuro
Pagando para ver o resultado
Que pode ser tão bom quanto obscuro.

Correndo vive o tempo, em vôo alado
Também correndo eu vejo, deprimido,
O tempo que ora vivo e já é passado:

O ontem, que passou sem ser vivido
O hoje, tão incerto e não sabido
E o amanhã, que se foi sem ter chegado!


Oldney Lopes©