Soneto ao Tempo

Por que tanto invejas à perfeição

A tornar tão belo moço, passado?

Que ódio ao coração apaixonado

Mata doído por tão bela obsessão?

A pó o que de pó se fez paixão

Não sentes remorso tendo humilhado?

Só almejo aquele rosto eternizado

E sê pó todo o razo coração

Por que não dissoas só os mal-amados?

Por que tornas bemóis desafinados

Os belíssimos tons pálidos que hão?

Por que obrigas esse poeta obcecado

A olhar, lúgubre, desacreditado

Seu enruivecido muso indo-se em vão?

Kokoro
Enviado por Kokoro em 19/05/2013
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