QUERO MORRER NUM DIA MUITO QUENTE

Quero morrer num dia muito quente

de luz, de sol, de muita alegria,

e que alguém recite alguma poesia

de Quintana ou Cora ou Cecília ou Goethe.

Quero morrer num dia bem risonho

em que o tempo esteja com bons ares

e que se ouça, e isso aqui proponho,

um choro breve de Carlos Poyares.

Quando eu morrer e o que falo é sério,

não quero o amargo das caras fechadas,

tampouco hinos, orações ou velas.

Quando eu morrer abram-se as janelas

e tudo de mais belo que ocorrer

no dia ensolarado em que eu morrer.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 16/08/2005
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