QUERO MORRER NUM DIA MUITO QUENTE
Quero morrer num dia muito quente
de luz, de sol, de muita alegria,
e que alguém recite alguma poesia
de Quintana ou Cora ou Cecília ou Goethe.
Quero morrer num dia bem risonho
em que o tempo esteja com bons ares
e que se ouça, e isso aqui proponho,
um choro breve de Carlos Poyares.
Quando eu morrer e o que falo é sério,
não quero o amargo das caras fechadas,
tampouco hinos, orações ou velas.
Quando eu morrer abram-se as janelas
e tudo de mais belo que ocorrer
no dia ensolarado em que eu morrer.