Soneto III_A minha dor
Tere Penhabe
Acolho a dor num peito esfarrapado,
Que dantes abrigou tantos sorrisos,
Mas no outono da vida, o meu legado,
Mostrou que a dor e o peito são precisos.
O caminhante nunca é julgado,
Por seus erros e acertos imprecisos,
Porque se semeou o lugar errado,
É culpa dos alertas indecisos.
Não há caminhos sem o caminhante.
Não há acerto sem os erros antes.
Não tocam sinos sem um campanário.
A vida finda num suspiro errante.
Há sempre acertos entre dois amantes.
A minha dor eu encerro num sacrário.
Santos, 26.03.2007
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