DISFARCES (OS ÚLTIMOS VERSOS...)

A primeira lembrança nem sempre é triste,

Mas a última sempre me leva a saudade,

Até parece que os anjos, por crueldade,

Revezam-se a me dizer que o limbo existe.

Onde, presa, minha alma ainda chora,

Nesse mundo de sombras vive e insiste,

Desmorona e, mesmo assim, não desiste,

Em dizer que de alguma forma te adora.

De uma forma demente, sem cor,

Em tom diferente do que seria amor,

Realçando, talvez, uma teimosa agonia.

Similar aos teus anseios ou a tua dor,

Impávida aparência em olhar supor,

Mas a disfarçar que não amou um dia.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 17/05/2013
Código do texto: T4295558
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