CRENÇAS MALSÃS
Impeço penúria a provir da esperança
traída por ásperos fluidos de gente
que ledos engole, os aperta e se entrança,
tal como jiboia faminta, potente.
Ah, tola, vadia ilusão persistente,
não finjas preciosa a fraquíssima aliança,
por mais uma vez, no despido da mente!
Não quero, de novo, sezões de vingança!
As tais ilusão e esperança vilãs
enganam de amenos a humana existência,
mas logo a sufocam no mar realidade.
Melhor extirpá-las – oh, crenças malsãs –
que apenas adiam certeira dolência;
beber, sem açúcar, o fel da verdade.