O POETA E A VÊNUS

Olhava o poeta uma escultura,
Seminua em mármor luzidio, 
A lançar-lhe no dorso o olhar vazio
Como no escuro a lâmpada procura.

Quis saber quem usou lâmina pura
Nessa deusa a nudez em desafio.
Era Vênus de Milo toda em cio,
E do puro erotismo a brancura.

Começou a escrever versos maiúsculos
Na mulher escultural - como Bocage
Em sonetos de amor e de desejo.

Num frenesi de membros e de músculos
Debruçou-se abraçando a fria laje
E, esquentando-a, expirou n’último arquejo.


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Veja e ouça (violino)
CARMEN
http://www.youtube.com/watch?v=L44QmaY4_VA

 Ária Cantada
Solo
http://www.youtube.com/watch?v=8w9yJdkeryI
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 16/05/2013
Reeditado em 16/05/2013
Código do texto: T4294152
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