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LAMÚRIA
 
É, findou mais um dia, a seca prospera,
hoje o céu chora c’o o canto do vento,
sim, a vida sem vida a chuva espera,
não há trégua, é eterno o tormento.
 
O chão lamuria seus cortes profundos.
Corre o menino no barro encarnado,
colhe esperança e cria os seus mundos,
ainda sorri o seu riso encantando.
 
Olhos deitados no berço da noite,
corpos se afagam num grito calado,
vestem o leito de gozo em açoite
 
cospem o fel  de um beijo doce-amargo.
Despem-se  sonhos , cerram-se os olhos...
Nasce o dia, recomeça o cansaço.
 



JP15052013
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Inspirado no soneto 'AGUACEIRO' do poeta Milton Moreira.
 
Visitem a página do autor.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4246183




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Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 15/05/2013
Reeditado em 16/05/2013
Código do texto: T4292705
Classificação de conteúdo: seguro
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