Divagações em Soneto
Divagando, nos meus sonhos de donzela
Estou eu a meditar sobre nós dois:
-Que sei eu, desta ventura ou daquela
Se é meu o amor de agora ou depois...
O que sei do amanhã que há de vir,
Do futuro, ou de meus passos,ora incertos;
Se a efêmera esperança irá fugir
E deixar meus braços à espera, abertos?
Quem dirá, então, que a morte, traiçoeira
À espreita, temerária a vida inteira
Não esteja me rondando nesta hora?
E meus braços, que te envolvem nesse instante
Amanhã, num bastão, a ermo, errantes
Seguirão, eu sei, sem rumo vida à fora!
Divagando, nos meus sonhos de donzela
Estou eu a meditar sobre nós dois:
-Que sei eu, desta ventura ou daquela
Se é meu o amor de agora ou depois...
O que sei do amanhã que há de vir,
Do futuro, ou de meus passos,ora incertos;
Se a efêmera esperança irá fugir
E deixar meus braços à espera, abertos?
Quem dirá, então, que a morte, traiçoeira
À espreita, temerária a vida inteira
Não esteja me rondando nesta hora?
E meus braços, que te envolvem nesse instante
Amanhã, num bastão, a ermo, errantes
Seguirão, eu sei, sem rumo vida à fora!