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O MEL MAIS DOCE [413]
 

Meu olhar no teu rosto adocicou-se,
pois, amaro, tornou-se assaz meloso.
Não há mel tão mais puro nem cremoso
que o bebido em teu olho, o mel mais doce.
 

Num depois, a minha alma ajoelhou-se,
ao saltar-te no corpo, em voo guloso;
nunca vira manjar, tão estiloso,
a varrer dos meus lábios o agridoce.
 

No teu ser, de rosais demais floridos,
que nem pés de cereja bem sortidos,
macieiras, talvez, do Éden vindas...
 

E nos méis, em teus olhos, nos teus lábios,
minha boca a deitar-te uns alfarrábios,
como escritas celestes das mais lindas.
 

Fort., 14/05/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 15/05/2013
Código do texto: T4291735
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