UM DISPARO NA MADRUGADA...
Ouço pela madrugada o derradeiro brado
lamúrias e plangores de um vagido lamento
uma dor que escorre pelos sentimentos
da paixão derruída, tirana em matiz insípida...
dominado pela ganância em melancólica prece
encontro os meus torpores diante de um corpo gélido,
ardente com desprezível ódio, no teu fecundo instante
em seu desencanto, esbravejava ao relento seu pranto...
prisioneiro de sua ignorância, enfrenta agora seu instante
tua culpa agora notória se faz, o medo agora te zomba
germina e apoquentam teu berço de luto, teu leito da morte...
manifesto aos teus escombros, minhas lágrimas de sangue
no perdão dos teus olhares, com sua arma, muitas almas levou
morto também por um tiro, levou seu mal, sua fúnebre vida...
Romulo Marinho