A PRINCESA E O POETA

De tanto te amar não te adivinho.
Cada encontro é sempre novidade.
Apenas, quando distante, sozinho,
é que te construo à minha vontade.

Eu te olho, te escuto, teu corpo tateio.
A cada vez e outra vez te descubro
inesperada flor, que, sem qualquer receio,
me brinda com os cheiros de outubro.

Assim não fosse, não serias princesa,
mas de minha alma uma mera presa,
jogada nos calabouços escuros

que fazem parte da insana história
do triste poeta. Serias apenas memória
para um punhado de versos obscuros.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 14/05/2013
Código do texto: T4290685
Classificação de conteúdo: seguro