ABRIGO DE SERENOS
Aninho minha mina de serenos
no abrigo abandonado da consciência
e os faço adormecer no vão da essência,
distantes de delírios vis, terrenos.
E livre desses leves da existência,
prossigo rumo à guerra de venenos
de orgulho, dos instintos tão pequenos,
à luta que mutila convivência.
Armado de vaidade me abro à briga,
com ânsia de espremer igual formiga
qualquer mortal que oponha-se a meus vícios.
E quando volto exausto e embrutecido,
encontro aquele abrigo destruído.
E dos serenos? Ah, sequer resquícios.