A SAÍDA

Eu me ausento, sim, conforme teu pedido
E parto silente, como te convém.
Alma em seus destroços, coração ferido,
Nada agora resta...como eu vou além?

Por que num repente, teu amor perdido?
E me fiz credor de um trato com desdém?
Breve passa o tempo, já terei partido
Quando acordares. Teremos feito um bem?

Caprichos teus, incontinenti atendi.
De prazeres muitos sempre cumulei.
Pranteado estou pois eis que eu a ti perdi.

Perder-te hoje, ontem, um extremo percalço.
A que me resigno, mas não cumprirei
Tua imposição de que eu saia descalço.
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 13/05/2013
Reeditado em 05/06/2013
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