RESPOSTA A CASTRO ALVES
Oh! Não me chames “Deus, ó Deus dos desgraçados” ,
qual se infortúnio fosse o fértil sofrimento.
Eis que sou Deus decerto dos agraciados
e a vida explode em meio à tempestade e ao vento.
Indagas onde estou e por que não respondo,
mas foi a humanidade quem me disse: Não!
Malgrado a estupidez dos homens, não me escondo
de cada ser que anseia que eu lhe estenda a mão.
Vês esses miseráveis no navio negreiro?
Em breve há de sumir o banzo ao timoneiro
do seu próprio destino, como afirmas ser.
Eis que escolher precisas entre a vida e a morte.
Não há de ser jamais mera questão de sorte
a um ser humano herdar a graça de Viver.