SONETO DO DESPERTAR DO POETA.
Num estado de puro torpor,
de cegueira e de boa viagem,
pequei papel, caneta e amor,
contemplei por sentido a paisagem.
Na mão que amassa o pão,a pena,
no coração que ama, o poeta,
nos olhos que brilham a sena,
pra minha alma ver-se quieta.
As palavras chegaram vestidas,
de amadura e com investidas ,
sem fugir de seu esquema.
Que os versos se fez incautos,
de tal forma infringe os autos,
que acordei dentro do poema.