Mãe (Reza*)
 
                                        
Para Jerônima, minha mãe.




Acaricia, vassoura, o terreiro
- gravetos e os ciscos de agosto,
outono e fruto, velhos temperos
do meu ninho ora transposto.


Esparge lembrança, névoa poeira:
nossas conversas de alpendre
- nalguma infância primeira,
o colo materno que me prende.


Agora, mãe, também espaneja
a tua oração os vestígios da gente
na roça bruta, sertaneja...


- Que vida, mãe, fora mais feliz
e infligira crédulo aprendiz
quem te espera, o filho ausente?




*Poema integrante do livro "Gênese de Poemas InVersos",
em republicação no "Recanto das Letras".
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 12/05/2013
Reeditado em 13/03/2014
Código do texto: T4286303
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