PARTO
Do molambo da língua paralítica,*
É que surge por esse transporte!
Vem rompendo igualmente a um corte,
Pela matéria tênue, fraca, raquítica...
E chega ao vão da boca oca e mítica,
Essa exígua carcaça como suporte;
Elo profundo dentre a vida e a morte;
Motivo sórdido de horrendas críticas!
E nesse esbravejar sem deleite,
Reclama, ao menos, uma gota de leite,
E, sua MÃE, o sustém nos seios fartos!
Depois do aconhego dessa cena,
A criança se recolhe tão serena,
Nos recônditos simples de seu quarto.
*Verso de Augusto dos Anjos