ENSAIO DE MAIO
A mesma Flor- de -Maio dantes sempre adiantada
No seu mês lá na sacada sequer se desabrochou...
Surpreendente revelia, parece até estar zangada!
Quiçá esteja algo cismada e sua cor não revelou.
Não condeno a Flor-de Maio por ser sábia, precavida...
Que foi flor por toda vida a enfeitar sua estação,
Balouçou sua florada tão viçosa de outras vidas,
Mas decerto algo aflita recolheu-se em emoção.
Pela névoa solta e fina no crepúsculo do horizonte...
Flor- de- Maio se agasalha em seus tão frágeis botões
Sob a noite que então desce vinda já arrefecida
Flor- de- Maio se recolhe a aquecer os corações.
Flor -de- Maio então ensaia seu desabrochar de vida
Vinda mais que destemida, com colorida razão.