Desejo-te
Desejo-te, querida, tanto e tanto!
Perto de ti quisera estar agora;
Desvelar-te o amor que em minha alma mora
E que translado neste simples canto...
Sentir o teu mui grácil acalanto,
Em tal coração que por ti já chora,
E ouvir-te suspirar na triste aurora
Dos meus sonhares mádidos de pranto...
Oh!, meu desejo por ti é eterno,
Como eterno é o contar das estrelas
E cálido qual as chamas do Inferno...
Ah!, e as lágrimas... já não posso contê-las!
E são tão frias... como o triste inverno!
Só contigo hei de não mais plangê-las...